Quando se enxerga através do som
O goalball é uma das modalidades criadas, exclusivamente, para o paradesporto. Criado em 1946 por um alemão e um austríaco, a modalidade entrou no programa paralímpico em 1976, nos jogos de Toronto, no Canadá. No Brasil, teve sua primeira aparição em 1985, no Paraná, com o campeonato nacional sendo disputado em 1987.
A modalidade faz parte do programa de disputas do Parajasc desde o início e reúne equipes tradicionais, bem como iniciantes. As regras do goalball são simples e fáceis de serem colocadas em prática pelo deficiente visual. Cada atleta precisa usar tampão nos olhos, além de viseiras totalmente escuras.
Os comandos da arbitragem são todos em inglês e o silêncio em quadra deve ser absoluto, já que os atletas se movimentam de acordo com o sinal emitido pelo guizo que está dentro da bola. São três atletas em quadra atacando e defendendo, cada um em sua posição específica.
Uma das equipes estreantes no Parajasc este ano é de Itajaí. O projeto foi iniciado pela treinadora Adriana Barbosa Domingos, há quase um ano, e a equipe já colhe alguns frutos, como a vitória por 16 a 14 sobre Joinville, logo na estreia. Na segunda partida, derrota para Chapecó por 14 a 4.
Para o atleta Bruno Carlos de Oliveira, também de Itajaí, a modalidade entrou como desafio em sua vida. "Quando eu comecei no goalball, falaram que era muito perigoso, com muita bolada forte. Mas como eu gosto de desafios, comecei a treinar e gostei do jogo e viemos para buscar uma medalha na primeira participação".
A audição é o sentido mais aguçado no deficiente visual e, no goalball, o atleta tem que encontrar a bola apenas pelo som do guizo, seja para atacar ou quando a equipe se posta defensivamente, deitando-se no piso para impedir o gol adversário. O goalball acontece até domingo (25) e as partidas são realizadas no ginásio de esportes do Bairro São Luiz.